grupo teatral arte jovem - varjão - df

um blog para mostrar o nosso trabalho. trabalho naum. divertimento, pois naum fazemos por dinheiro ou otra coisa parecida, fazemos por puro prazer!!

27 setembro 2006

A história de Dantas e o anel

Autor: Xico Nunes

Dantas era um bom motoqueiro; trabalhava e gostava de viajar.
Cabra esperto, cabra aventureiro, em cima da moto gostava de andar.
A moto era sua companheira e a estrada sua sina, seu destino.
Dantas era uma formiga obreira; as rodas da moto eram o seu caminho.
Saia de manhãzinha todo dia. Ia trabalhar na sua cidade.
Fazia um trecho da Belém-Brasília e só voltava tarde, muito tarde...
Voltava, pois morava com a avó: velha surda, senhora de idade.
Preocupava ao Dantas deixá-la só e passavam certas dificuldades...
Dificuldades por causa do pouco dinheiro, os remédios da velha, a moto, a estrada.
Trabalhava, trabalhava o dia inteiro. Quando voltava já era alto da madrugada.
E assim Dantas levava a sua vida; de dia trabalhando e a noite rodando.
A sua vovó lhe era muito querida, mas esta história já estava lhe cansando.
Cansando, pois não podiam morar na cidade. Cansando, não sobrava nenhum dinheiro. Cansado, cansado porque a tal de felicidade. Cansado, sempre à frente do motoqueiro.
Foi em uma sexta-feira, noite fria, enquanto voltava para sua casa.
Que em um trecho da Belém-Brasília, havia um corpo no meio da estrada.
Chuva fina e o corpo ali deitado; com medo e frio a moto é parada.
Dantas se aproxima assustado. - Perigo no meio daquela estrada.
Aproxima, com medo, a sua lanterna. - O quê teria ali acontecido?
Mais uma mulher morta naquela terra; crime, assassinato ou suicídio?
Uma morta; chuva fina que molhava. A lanterna iluminou algo no dedo.
Com coragem Dantas se aproximava. - Um anel, um brilhante. Interessante...
Pensou com receio e medo. - Um anel bonito, deve ser valioso.
Esqueceu-se completamente da alheia e num ímpeto ousado e corajoso
A morta não lhe parecia tão feia. - Vou retirá-lo do morto dedo.
Pensou: eis um plano perfeito.Vencida a morte, vencido o medo;
Mas o anel resistia àquele feito. - Daqui o anel não sai!
Daqui o anel ninguém o tira! Mas Dantas ao apelo nada ouvia...
E cada vez mais forte ele o queria.
- Vou cortar o dedo, vou cortar, vou cortar. O anel é meu, é meu, ele é meu!
- Piedade, piedade. Uma voz a reclamar... O anel não é seu, não é seu; ele não é seu!
Surdo a tudo, alheio à chuva que aumentava. O dedo, com o anel da morta foi cortado...
Ria, ria Dantas na alta madrugada. O dedo da morta agora lhe pertencia.
Ria Dantas, como dantes nunca ria... E no seu bolso direito o conjunto é colocado.
- O anel é meu, o anel é meu! Ria Dantas às gargalhadas.
- Obrigado, muito obrigado meu deus; tenho dinheiro para levar à minha casa.
Aos poucos a chuva vai ficando mais fina. No bolso de Dantas o dedo cortado.
Da morta defunta ele nem se despedia, nem um pai-nosso, nenhuma ave-maria.
Que sorte o anel ele ter encontrado. Ligou a moto e foi embora,
Seguindo alegre a sua viagem.Quem é esperto faz a hora. - Melhor aproveitar a estiagem.
- Em casa da avó tiraria o anel, cortaria o dedo em pedacinhos.
A avó se visse aquilo faria um escarcéu. Melhor cortá-lo logo cedinho.
E assim ia Dantas, o motoqueiro, com as suas elucubrações mentais.
Venderia o anel, ganharia um dinheiro. Dinheiro fácil que venha mortas iguais...
Foi perto de uma velha igreja, em frente a uma encruzilhada.
Que deus às almas mortas proteja e tenha pena das mortas abandonadas.
Madrugada fria, chove novamente. Uma mulher ao Dantas pede carona.
Meio desconfiado pára mais à frente: - Eis uma bela dona, eis um bela dona.
Desperta o desejo do motoqueiro. Na vida nunca teve uma namorada.
- Quem sabe agora com dinheiro a vida não daria uma guinada?
Mulheres? Dantas não conhecia... Havia uma certa vizinha eleita;
As revistas debaixo da cama, sacana; e é claro, a sua mão direita.
Mas mulheres? Só nas revistas e na fantasia. Pele a pele, ele não as conhecia!
- Boas noites bela dona, é perigoso nesta estrada sozinha.
Subas na moto, dou uma carona. Se quiseres ir até a casa minha?
- Aceito o convite, belo rapaz. Veja já estou muito molhadinha...
Minha nossa, você é uma gracinha. Na realidade eu quero um pouco mais.
Deixe-me visitar a sua casinha. Você vai pedir muito, muito mais...
Dantas era virgem, não era burro, e é claro que entendeu o recado.
Cresceu. Algo no Dantas endurecia. Um beijo lânguido, um beijo molhado,
Um suspiro profundo, um urro! Algo que nem em sonho acontecia.
Fantasia, fantasia na estrada que chovia. Noite chuvosa na estrada Belém-Brasília.
Subiram na moto, seguiram o caminho e a mulher ao Dantas excitava.
Ele estava louco. Aquilo a pino. O que acontecia ele não acreditava.
Mas gostava, gostava... Ah como ele gostava...
Chegaram à casa de Dantas. Sua vovozinha dormia sossegada.
Sexo, orgia e gozo. A vó de tantas?... Surda que era não ouviria nada.
Foi uma noite intensa de prazer e Dantas manteve a virilidade...
Beijar, abraçar, a virgindade perder. Nada melhor naquela idade.
Chove fininho; é de manhãzinha. A mulher brinca: mereço pagamento?
Dantas pensa: oh minha florzinha, não lhe darei o anel por este divertimento.
Deu a dona alguns poucos trocados. A bela dona pede mais um beijo.
Era a despedida dos amados; desejo, ímpeto, sexo, desejo.
Dantas beija-lhe a mão direita. Finda a noite, hora da despedida.
Algo naquela mão não está perfeita: - Mulher maldita, horror, mulher maldita!
Na mão falta-lhe um dedo. O mesmo que ele tinha no bolso.
Horror ao sexo, à orgia, só o medo. Madrugada inteira com um corpo morto
- Devolva-me o que é meu! E a mulher tem a voz modificada.
Meu deus, meu deus, meu deus... A amante em caveira é transformada.
- Maldito, maldito, maldito! Grita a defunta desesperada.
Dantas solta um imenso grito: Ahnn... E a vovozinha é despertada:
- O que ouve meu neto querido, quer que lhe faça um cafezinho?
Já era para estar a caminho do serviço; quer alguma coisa meu netinho?
O que fazer, o que fazer, o que fazer? A velha vovó estava acordada.
Como explicar aquela noite de prazer? A velha vó não entenderia um nada.
Ao olhar para o lado a mulher sumiu. O dedo e o anel foram levados.
Uma risada Dantas ainda ouviu: - Você está amaldiçoado!
Ele tinha sido amaldiçoado.
Nunca mais transou com mulher. Não conseguia manter o bicho erguido.
Acreditem aqueles que bem quiser. Nesta história, neste acontecido.
Nunca mais deve a mesma vida e ficou louco, ouvindo o mesmo grito.
Sempre, sempre a mesma fala repetida:
- Devolva-me o meu anel. Seu maldito, seu maldito!
Devolva-me aquilo que é meu; seu maldito, seu maldito.
Que deus na sua imensa glória tenha pena das almas mortas
E das almas enlouquecidas. Haverá um tempo de vitória,
Onde a besta será vencida. Deus é mais! Deus é mais!

= F i m =

23 setembro 2006

Aê pessoal, esse aí sou eu (Alexandre) u da frente mais a minha amiga imbaçona
(brincadeirinha)...
Eu tow tiranu um leque, i ela eu num sei naum!

Cida

Eu sou maria Aparecida....
fique ligado no meu blog, você vai se apaixonar com as minhas informações super radicais ....